terça-feira, 23 de abril de 2013

Reconsiderando o "Ministério Pastoral" - Robson Alves



Palavras como: “profissionalismo”, títulos como: “Paipóstolo”, frases como: "A Igreja que fundei e abri e melhor do que a primeira de onde vim! A gloria será minha, a igreja é minha, eu sou o dono dela e ninguém me tira.", e outras atrocidades mais, que permeiam a Igreja Evangélica na pós-modernidade me fizeram considerar algumas questões sobre o ministério pastoral, como por exemplo:

Em primeiro lugar, acredito que, como ministros de Deus, devemos ter ATITUDE DE SERVOS, atendendo à recomendação apostólica: “SERVI uns aos outros”. Paulo em seu encontro com os presbíteros de Éfeso, disse: “Fiz o meu trabalho como SERVO do Senhor com toda humildade e com lágrimas” (At 20.19).

Humildade e sofrimento são marcas do Ministro que faz o seu trabalho seguindo as pisadas do nosso Senhor e Mestre como fez o apóstolo Paulo. Quando a cruz já projetava a sua sombra sobre a vida de Jesus, os discípulos discutiam entre si sobre qual deles era o maior. Jesus então corrige essa atitude imprópria com duas lições dramáticas: na primeira, ele colocou uma criança no meio dos discípulos, e enfatizou: “Se vocês não mudarem de vida e não se tornarem como crianças, nunca entrarão no Reino do céu” (Mt 18.2); na segunda, lavou os pés dos discípulos, dando-lhes exemplo de qual é a atitude correta à ser tomada nos relacionamentos (João 13. 1-17).


Como servos sofremos a exemplo de Paulo, com a dureza dos corações em relação ao evangelho, com a imaturidade dos crentes que gera todos os tipos de conflitos e dificuldades na Igreja e com a atuação dos falsos mestres que subvertem a causa do Reino de Deus, com nossos próprios erros, oriundos de nossa frágil humanidade.

Em segundo lugar, é preciso considerar que, devemos exercer o ministério na Igreja de acordo com a orientação bíblica: “Servi UNS AOS OUTROS”. Superamos a postura clericalista do servir UM aos outros quando reconhecemos que o Ministério da Palavra não é “O” Ministério, mas um dos ministérios, todos igualmente importantes, no Corpo de Cristo. Sujeitando-nos uns aos outros no temor de Cristo, edificamo-nos mutuamente através do livre exercício dos dons espirituais.

O Ministério da Palavra é importante quando exercido de acordo com a orientação de Ef. 4. 11-12. O Ministro da Palavra, exercendo o “Don” que lhe fora concedido, alcança o objetivo de equipar, treinar, aperfeiçoar todos os “santos” para que se edifiquem mutuamente e para que cumpram o Ministério da Igreja no mundo. O Ministro não monopoliza nem manipula, mas FACILITA o exercício do ministério de cada cristão. O ministério da Palavra é libertador.

Finalmente devemos considerar que: Exercemos o Ministério como mordomos da “multiforme graça de Deus”. Que privilégio e responsabilidade o de sermos administradores do rico tesouro da Graça! Lembremo-nos de que somos o que somos pela graça. Servindo na força que Deus supre, conseguiremos descansar em Deus mesmo no meio de conflitos e dificuldades, como Moisés que, apesar dos pesadíssimos encargos do seu ministério, chegou aos 120 anos de vida cheio de vigor. Ou como Calebe que, aos 80 anos, após a peregrinação pelo deserto e as guerras da conquista, sentia-se na mesma disposição de quando tinha 40 anos! Pela graça podemos conhecer não só a Palavra de Deus, mas o Deus da Palavra; não só o Salmo 23, por exemplo, mas o Pastor do Salmo 23, habilitando-nos para transmitir com fidelidade a Palavra de Deus e não as nossas opiniões e conceitos que, via de regra, são preconceitos.

Exercendo o Ministério de acordo com os princípios bíblicos, glorificamos em todas as coisas a Deus o Pai por meio de Jesus Cristo. Carecemos diariamente, minuto a minuto, da graça de Deus para que jamais sejam envergonhados e confundidos por nossa causa os que esperam em Deus, mas sim tenham em nós o exemplo e com isso sigam também glorificando e exaltando nosso Senhor !

Soli Deo Gloria!

Pr. Robson Alves

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