sábado, 29 de janeiro de 2011

HOMENS DE DEUS - Por: Pr. Robson Alves

Em sua primeira epístola a Timóteo no capítulo 6 vs 11-14, Paulo nos ensina que um “homem de Deus” deve ser identificado por aquilo do que “foge” por aquilo que “segue”, por aquilo pelo qual “luta” e por aquilo ao qual é “fiel”. A Bíblia aponta de maneira clara  e imperativa a necessidade de que os “homens de Deus” tenham caráter íntegro e sejam de profunda piedade. Atentando para o que Paulo descreve também em sua epistola aos Tessalonicenses (2:1-12), observamos que “homens de Deus”, precisam de uma missão concedida pelo próprio Deus (v. 1-2), de uma genuína motivação (v. 3-6) e de maneiras gentis (como mãe ou pai para seu próprio povo).

Todavia, o que temos observado, é que muitas derrotas têm abatido “homens de Deus”, porque os mesmos não têm mais fome por santidade. Infelizmente alguns estão vivendo como atores, representam diante do povo o que não vivem em seus lares ou em suas vidas privadas. Usam máscara, vivem uma mentira, pregam sem poder, pretendendo ou apresentando ser nos púlpitos aquilo que não são na realidade. É impossível ser BOCA DE DEUS e carregar ao mesmo tempo um coração entupido ou carcomido por impurezas (Jr 15:19), é impossível lidar de forma elevada e santa com as coisas espirituais e lidar de forma má e impura com as coisas terrenas.

A vida de um “homem de Deus” ao invés de repelir por seu paradoxo pragmático, precisa estabelecer uma ponte a fim de aproximar as pessoas, seu “modus vivendi” deveria encorajar as pessoas a saírem da transitoriedade, da passividade de concordar em discordar, a entregarem-se definitiva e exclusivamente a Cristo.

Infelizmente no Brasil e no mundo alguns “homens de Deus” têm caído em terríveis pecados provocando escândalos, produzindo grande sofrimento ao povo de Deus, e, afastando o evangelho do pecador. Catástrofes espirituais que vão de pastores adúlteros e mercenários à filósofos pragmáticos cujo importante não é mais  a verdade mas o que funciona, o que dá certo,  têm se tornado inaceitavelmente muito frequente.

“Homens de Deus” precisam lembrar-se de que a Palavra de Deus não pode ser mudada, atenuada ou torcida para agradar os ouvintes. Ela é imutável, e “homens de Deus” precisam pregá-la integralmente, completamente e fielmente. Nossas práticas cristãs devem ser fundamentadas na verdade, pragmatismo sem ortodoxia é misticismo, e, misticismo tem que ser rejeitado.

Um “homem de Deus” santo é uma poderosa arma nas mãos de Deus!

Pr. Robson Alves dos Santos

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A imagem do homem de Deus - Por: Abner Carneiro

No início do século XX o eminente sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) caracterizou o comportamento da sociedade ocidental moderna com o que chamou de "desencantamento do mundo". Segundo esta análise os homens agem motivados pela ação de valores e ação de fins. Na primeira o indivíduo orienta sua conduta racional para uma convicção ou valores adotados sem que isso implique, necessariamente, em ganho ou prestígio.
Na segunda o homem passa maior parte do tempo ocupado com atividades, cujos resultados esperados são os que justificam suas ações. Então o importante não são as ações em si, mas os objetivos que se esperam. Chamou de desencantamento do mundo porque a conduta motivada por finalidades acima das ações representa um caminho sem volta, sendo que a crise da sociedade moderna seria o resultado da renúncia da ação de valores.
Diante do exposto elabora-se o problema: Sendo esta uma análise sociológica e sendo os agrupamentos cristãos alvos de estudo da ciência social, pode-se perceber a ação de finalidade pressionando a ação de valores a ponto de hoje se visualizar sua maior crise? A começar pelo ministério pastoral nota-se o perigo iminente porque está cercado de uma sociedade cada vez mais secular (de século). No senso comum observa-se as pessoas mais simples renunciarem uma determinada causa humanitária; ainda que nobre, porque não envolve valor financeiro.
Infelizmente a análise teórica do sociólogo alemão parece atingir proporções imensas em nosso país. Já se vê com naturalidade igrejas e pastores almejando os resultados antes das ações. Criou-se o drástico problema da vulgarização das ações pressionadas pelos interesses. Obviamente, se fossem sempre as ações de valores que movessem líderes e cristãos, os interesses sempre seriam espirituais, piedosos e nobres. Por que não se vê mais homens como Lutero, Calvino, Samuel Rutherford, Martin Luther King, Abraham Kuyper, Francis Schaeffer, Simonton, José Manoel da Conceição (para citar alguns)? Sem dúvida, as respostas podem ser variadas.
A sociologia descarta aquele tipo de dominação carismática presente em grandes líderes dos séculos XVI até meados do século XX como transformadores da sociedade moderna e aposta em três fatores atuais que contribuem para a mudança social. Eles são: Descoberta, a Revolução Industrial, por exemplo; invenção: a divisão dos três poderes no Estado Moderno em Montesquieu, por exemplo; e a difusão: a Internet, por exemplo. Mas será preciso reconhecer que esses grandes líderes mencionados foram motivados por valores.
Suas convicções tinham base em princípios e, como era de se esperar, suas ações eram valorativas de causa. Afetos, objetivos e comportamento social visavam só a glória de Deus que, por sua vez, justificavam suas ações de forma plausível. Grande parte da crise no evangelicalismo brasileiro se explica pelos interesses de poder (político), status (financeiro) e marketing (concorrência).
O poder - com pólos densamente políticos, o status - com interesses exclusivamente materiais e o marketing - que tem se tornado a arte do "empurrômetro" do produto religioso fazendo o sagrado ter sentido pejorativo; representam as crias caçula da ação que visa interesses.
Os efeitos sobre ministérios voltados para a reflexão e pregação expositiva, por exemplo, tem sido catastróficos. A identificação com os ideais (geralmente teológicos) adotados por determinado grupo cristão costuma ter a profundidade da casca de um ovo. No mundo das ações de finalidade, quando se adere a um certo grupo, não se faz por motivação de valores, mas de interesses. Então a circulação livre de crentes pelos vários grupos evangélicos chegou no auge em nossos dias.
A equação é lastimavelmente simples: "Adiro a este grupo, mas o que ele  tem para me oferecer? Ou ainda: "O que vou ganhar com isso?"
Percebe-se ínfimo conhecimento dos postulados teológicos do grupo ao qual se adere porque não há preocupação com a "cor da bandeira", mas com o apadrinhar das necessidades. É neste rumo que redutos comunitários que exploram a "prosperidade já", "saúde física já" e "cura terapêutica já" representam um nicho promissor numa sociedade cansada e superficial.
Após estas constatações, nota-se que comportamentos generalizados com base na ética situacionista pressionam os ministérios pastorais. Não são poucos ministros que sucumbiram à regra (porque deixou de ser exceção, posto que generalizada), escondendo-se atrás da preservação da imagem.
Já que possuem uma imagem pastoral que precisa de manutenção, faz-se qualquer coisa para manter seu brilho. Há erro nisso? Não se vê erro em manter o brilho da imagem porque é a Palavra que nos recomenda. Mas a dura constatação é a de que não é a Palavra que tem norteado a imagem pastoral, mas os grupos de consumidores, embora toda generalização seja perigosa.
Ora, se ficou provado que de forma geral, o homem moderno valoriza o fim da ação, e não a ação propriamente, caindo no pragmatismo dos fins (efeitos esperados) que justificam as ações; é certo que muitos ministérios tem baixado ao nível do mero interesse e, se fazer a vontade dos consumidores significa atingir o interesse, então isso será chamado de preservação da imagem. A ótica da preservação ministerial não vem de Deus, mas dos indivíduos.
Conclui-se lançando um pensamento dialético. As regras para a contratação de obreiros no Brasil hoje têm sido pelos seus valores teológicos penosamente apreendidos e defendidos? Têm sido pela sua dominação carismática? Pela preservação e identificação da imagem biblicamente esperada do servo fiel? Pelo nome (status) adquirido, ou pela humildade e piedade cristã manifestada.

Abner Carneiro

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pr. Robson Alves - O novo de Deus chegou.

O NOVO CIRCO CHEGOU


Bom, os irmãos que me conhecem, sabem que não sou um apologista, nem tampouco tenho a pretensão de ser o dono da verdade, ou ainda, um “gosth busters”. Mas após ter recebido nesta manhã um vídeo onde um “reverendo” anunciava o “CIMENTO DA BENÇÃO” segundo ele o cimento especial da casa própria, do negócio próprio, a ser adquirido por uma “singela” oferta, decidi escrever umas poucas linhas...

Por acaso você já se deu conta que hoje parte dos evangélicos adoram uma atração extravagante? Já reparou que algumas comunidades evangélicas ficam lotadas de gente curiosa para ouvir pregadores e pregações no mínimo esquisitas?
Penso que a continuar assim logo ouviremos algumas "convocações solenes" do tipo (mais parecida com anuncio de atrações circenses):
- Venham ver a menor cantora do mundo!!
- Não deixem de assistir ao show do pregador anão!!
- Venham ouvir a menininha de 3 anos que já é pregadora!!
- Assistam ao mais novo pastor do mundo!
- Conheça o cantor fanho mais ungido do planeta!
- Venha assistir o cara que morreu com 10 facadas e ressuscitou.
- Ouça o testemunho da mulher que foi esposa de satanás, etc.
Irmãos em Cristo; Vamos combinar! A igreja de Jesus não é um circo! Chega de ouvirmos absurdos como os ensinados por falsos profetas que ao longo dos anos tem propagado doutrinas que se contrapõem em muito a ortodoxia cristã.
Confesso que estou cansado disso. Não me interessa as elucubrações nem tampouco as viagens esquizofrênicas daqueles que mercantilizam a fé, a Palavra de Deus me basta!

Há alguns anos vi um cartaz que dizia: “venham assistir a mais nova pregadora do Brasil”. Ora, o convite não se fundamentava na qualidade do pregador nem tampouco na sua homilia, ou capacidade teológica de expor a fé, mas sim no inusitado, no esdrúxulo, no aberrativo. Para piorar a situação, o tempo em que as igrejas deveriam destinar à pregação da Palavra tem sido gasto com testemunhos manipuladores e interesseiros de pessoas que se sentiram agraciadas pelo “gênio da lâmpada mágica” recebendo carros, casas e dinheiro.

Deus! Falta-me palavras para retratar minha indignação! O que fizeram do cristianismo? Que evangelho louco é esse? Ora, este não é, não foi e nunca será o Evangelho do meu Senhor.
Diante do exposto acredito piamente que os conceitos pregados pelos reformadores precisam ser resgatados e proclamados a quantos pudermos, até porque, somente assim, poderemos novamente sair deste momento preocupante e patológico da Igreja evangélica.

“Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria”
Pr. Robson Alves 
Secretario  Executivo da CBN- E/S